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 Dor de Alma


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Depressão o que é?

Dos males que têm assolado a humanidade, a depressão é um dos mais
perigosos. Ela infiltra-se de maneira hipócrita na vida das pessoas e
instala-se, conduzindo e condenando a sua vítima a uma vida quase vegetal.

No princípio, apenas uma tristeza; depois vem cansaço e desânimo até que aos poucos ela vai matando todas as forças vitais. A pessoa que sofre deste mal não vê nenhuma perspectiva para o futuro, acha que o presente não é interessante, não vê porta de saída e, pior,
não sente vontade de a ver.

A pessoa depressiva sente-se incompreendida e isola-se. Se ninguém a entende não há por que se tentar explicar, pensa ela. Por outro lado, o sentimento de abandono e solidão pode tornar-se imenso e pesado. O simples facto de viver é um fardo pesado demais para se carregar.

 A depressão pode ser causada por vários factores: perda, de uma maneira geral como a morte de alguém que se ama; perda de um trabalho, amigo, namorado, enfim, de uma situação estável. O medo do dia de amanhã, a incerteza do futuro. O sentimento de responsabilidade diante de um nascimento, coisa comum entre as mulheres que acabam de dar à luz, explicado clinicamente pela baixa de hormonas, também causa por vezes depressão. Há artistas que não suportam o peso da fama. Uma vida monótona e vazia também pode conduzir à depressão.

Acredito que as pessoas que levam a vida com demasiada seriedade têm mais oportunidade de se tornarem depressivas. As pessoas que pensam demais acarretam mais coisas sobre si mesmas.

A ajuda clínica medicamentosa pode ser benéfica, mas é preciso ir muito além para se ver livre desta doença.

Conviver com um depressivo é difícil, pois por mais que se diga para a pessoa reagir, olhar para a frente, esta só vai sair desse buraco profundo se ela mesma sentir que quer sair.

Podemos, talvez, servir de muletas, mas não de cadeiras de rodas para essas pessoas.

 Não podemos carregá-las nos braços o tempo todo, mesmo se no mais íntimo do nosso coração é o que gostaríamos de fazer. Há pessoas que não andam porque se recusam a andar; outras morrem porque decidem não mais viver e não há nada que possamos fazer.

Podemos tentar ajudar a pessoa a pensar positivo. Mas só pensar positivo não basta; é necessário agir em função dos pensamentos. E é isso que precisamos compreender e fazer com que o depressivo compreenda.

E este mal devastador acaba não só com a pessoa atingida, mas insinua-se em volta de todos aqueles que o cercam. Lidar com um depressivo é duro, pois dá sentimento de insuficiência, de incapacidade, de culpabilidade. Se não há um resultado, acabamos por nos perguntar se não poderíamos ter feito uma coisinha a mais para ajudar, para levantar a pessoa e acabamos por nos sentir responsáveis, o que é muito perigoso para o nosso próprio equilíbrio.

Mas, querem saber de uma coisa? O importante é que façamos a nossa parte! Que estejamos do lado, que estendamos a mão, que oremos, juntos ou sozinhos. O importante é que amamos e sabemos que amamos a pessoa. Mas, ajudando, que saibamos estar o suficiente distantes para não nos deixar contagiar.
Talvez um cego entenda melhor o outro, mas ele será melhor guiado por alguém que veja normalmente.

Neste caso, melhor é estar forte para tentar segurar a barra; estar firme
caso o outro precise de estaca; estar alegre caso um sorriso seja
necessário; ter um canto nos lábios para afastar a tristeza e um coração
cheio de amor capaz de compreender, aceitar e ajudar e ainda assim
continuar inteiro.

Fonte: Maria Luisa Albuquerque